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ESG x CUSTO DE CAPITAL

Autor: Lilian Velloso – Data: 29/10/2022 – Categoria: ESG

Entenda como fatores ESG podem ter impacto direto no custo de capital de uma empresa.

A sigla WACC significa Weighted Average Capital Cost. Ou seja, ele é o custo médio ponderado de capital: um indicador sobre quanto o capital investido em uma empresa deverá gerar de lucro, fazendo-se uma ponderação entre o que é investido por sócios, instituições financeiras e o capital próprio. Ele é um dos índices usados no mercado para garantir o retorno de uma aplicação. Com o WACC o investidor consegue ter uma ideia do quanto de retorno ele terá ao investir em determinado ativo.

Determinar o custo médio ponderado de capital de uma empresa pode ser uma tarefa complexa, dependendo da estrutura de capital da empresa. No entanto, a regra geral é: quanto maior o risco de uma empresa, maior a taxa de retorno esperada pelos investidores e outros provedores de capital para absorver o risco associado ao seu investimento, ou seja, maior o WACC. Se o custo de capital de uma empresa for maior do que os retornos que o capital está gerando, a empresa está perdendo valor.

Como o desempenho de uma empresa nos principais fatores de sustentabilidade pode afetar sua exposição ao risco, também pode influenciar o custo de capital da empresa. O desempenho em sustentabilidade pode gerar prêmios por riscos associados a questões trabalhistas, processos judiciais, exposição a certos mercados, governança corporativa e outros fatores que podem aumentar o risco.

Fazer a correta mensuração, gestão e divulgação das métricas ESG é essencial para calibrar os prêmios por risco, bem como fornecer informações sobre a probabilidade de ocorrência de eventos de risco de cauda ou cisnes negros, que possuem baixa probabilidade de ocorrência.

Exemplos de métricas ESG que medem risco:

– Número de barragens de rejeitos, com potencial de risco, de acordo com as autoridades e normativas técnicas aplicáveis:

A exemplo dos acidentes de rompimento de barragens ocorridos recentemente no Brasil, empresas da indústria de metais e mineração que efetivamente gerenciam suas as bacias de rejeitos, que contêm grandes volumes de resíduos perigosos, podem reduzir risco regulatório e de litígio, bem como responsabilidades e custos de remediação.

– Porcentagem de ingredientes provenientes de terceiros que possuem certificação de segurança alimentar:

Este indicador é aplicável por exemplo a empresas do setor de carnes, aves e laticínios, já que fatores associados a segurança alimentar podem representar riscos regulatórios, comerciais e reputacionais diretos.

As empresas podem abordar preocupações de segurança e mitigar riscos, melhorando a visibilidade de suas cadeias de suprimentos e trabalhando com fornecedores que atendem aos padrões de segurança alimentar.

– Descrição dos processos para gerenciar riscos ligados à ética empresarial em toda a cadeia de valor:

Setores ou empresas que fornecem ao governo ou instituições públicas são propensas a violações de regulamentos anticorrupção e antissuborno, por exemplo. Essa métrica fornece informações sobre as práticas de gestão de risco em que uma empresa se baseia e, assim, é possível interpretar em que medida uma empresa pode estar em risco de sofrer multas, sanções, penalidades criminais, ou criando despesas extraordinárias e contingentes passivos.

– Perda máxima provável (PMP) relacionada a catástrofes climáticas:

Para empresas do setor de seguros, por exemplo, essa métrica captura a prospecção de risco de perdas relacionadas aos impactos físicos das mudanças climáticas.

Em meio aos vários tipos de risco relevantes para diferentes setores que podem ser considerados em um modelo de avaliação (risco operacional, risco sistêmico, risco regulatório etc.), é importante observar que o nível de detalhe e a qualidade da divulgação também podem afetar a interpretação dos investidores sobre o perfil de risco de uma empresa. Se uma empresa não divulgar informações sobre questões de sustentabilidade consideradas relevantes por aqueles que podem fornecer capital para a empresa, ou se as informações divulgadas forem percebidas como não confiáveis, os analistas podem aumentar o perfil de risco da empresa ou até mesmo excluir o ativo da consideração.

Em outras palavras, maior transparência se traduz em maior confiança no desempenho futuro de uma empresa, e maior confiança pode ser obtida por meio da gestão e divulgação ESG de qualidade. A consequência é a redução do custo de capital.

Quer um diagnóstico sobre os indicadores ESG que medem risco e trazem redução de custo de capital para sua empresa? Entre em contato conosco.